Sobre a variedade de pensamentos que nascem do mundo físico e entram no fantástico através do meu olhar no leste europeu!

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Local: Recife, Manguetown, Pernambuco, Brazil

quinta-feira, outubro 28, 2004

Homem, ou Lenda em Forma de Quiróptero Hematófago? A História Verdadeira de DRACULA

E por causa da minha aventura nos bosques da transilvânia, resolvi ficar mais um dia em Sighisoara, e me divertir com Martin e Greg, caras muito gente boa. Phillip e Eve, os mochileiros campistas canadenses foram para Brasov um dia antes.
Fui de Sighisoara para Brasov com mon ami Greggoire, que iria para Istambul cortando direto pela Bulgária, passando por Bucareste.
E ao chegar lá em Brasov, grande cidade medieval, fui de taxi para o albergue (menos de 1 euro para chegar até lá, baratíssimo).
E assim, na grande terra do nosso amigo o Impalador, contarei a história da Romênia, como dita um folheto muito interessante (entre parênteses, meus comentários).

VLAD O IMPALADOR DRÁCULA - ENTRE A LENDA E REALIDADE
(po! parece nome de documentário do history channel!)

A Romênia

A Romênia é um país do leste europeu (não! é do sudoeste asiático!). Em tempos antigos, o Império romano ocupou a Dácia, velho nome da Romênia, e formou um novo país chamado Romênia (significando, terra dos romanos, provavelmente para humilhar os combalidos povos arco-ciganos que lá habitavam). Durante quase mil anos após os romanos ocuparem a Dácia, muitas pessoas migraram da Ásia oriental e tentaram passar pelo território romeno. Durante esse tempo, o povo da romênia lutou contra eles para protegerem seu território.
A Romênia foi dividida em 3 partes: Transilvânia, Valáquia e Moldávia, de acordo com similaridades entre o povo, língua e tradições. Apesar de enfrentar tempos muito difíceis, eles sobreviveram. Romenos não tentavam ocupar outros países ou territórios, mas com todas as suas forças lutavam pela sua própria terra (eita ufanismo europeu danado!). Sempre existiram histórias de estrangeiros, passando pelo território romeno que eram tratados como amigos, com honra e respeito; no entanto, inimigos nunca deixavam o local vivos (isso é verdade. O meu sentimento de segurança e conforto no país provavelmente deriva da extraordinária capacidade do povo de distinguir amigos de inimigos). Isso foi a fonte de muitas lendas e histórias que ficaram famosas por todo o mundo, incluindo a lenda sobre o Rei Vlad "o Impalador" Drácula.
A Transilvânia é o maior estado na Romênia. Várias formas de paisagem com montanhas separam a Valáquia, Moldávia, a planície ocidental e o planalto da Transilvânia. Existem muitas cidades e castelos, florestas com solo riquíssimo para a agricultura (principal ocupação do povo das vilas). Moldávia, no nordeste da Transilvânia, possui também um terreno acidentado. A Valáquia se encontra no sul da Transilvânia, entre as montanhas dos Cárpatos e o Mar Negro.

HISTÓRIA DE DRÁCULA

O Rei Mircea O Ancião (avô de Drácula) foi famoso na história da Romênia por sua luta pela libertaçãocontra os invasores do país. He foi o Senhor de sua nobre e ilustre família. Seu filho Vlad Dracul (pai de Dracula) foi um bravo soldado e comantante da unidade Dragão (cavalaria pesada). Ele recebeu a Ordem do Dragão em Nuremberg do Imperador Sigismundo de Luxemburgo em 8 de Fevereiro de 1431. A palavra alemã Drachen que significa Dragão soa bastante com a palavra romena "Dracul" que significa "demônio", e este foi o nome que ele deixou para seu filho. O sufixo "ea" adicionado ao nome de seu pai (Vlad Dracul + ea) deu a Drácula o seu apelido Draculea - mais tarde abreviado para "Drácula".
Vlad Dracul e sua família deixaram a Alemanha e foram para Sighisoara, uma velha cidade da Transilvânia. Foi aí que o jovem Vlad o Impalador Drácula passou parte de sua juventude. Vlad Dracul teve três filhos: Mircea, Vlad Tepes, e Radu O Lindo (AI MONA! ELE TINHA UM IRMÃO DO BABADO!). Vlad Tepes (impalador em romeno), continuou para se tornar o "conde" Vlad Dracula, de fato herdou algumas boas qualidades de seu pai.
A casa onde Vlad O Impalador nasceu ainda existe hoje na citadela medieval de Sighisoara, que foi habitada continuamente desde sua época.
Entre 1442 e 1448, os turcos do império Otomano removeram Vlad Dracula (o pai) do poder. Ele foi chamado pelo Sultão porque este não estava satisfeito com a forma que o Rei da Valáquia estava lidando com o território. O Sultão então aprisionou Vlad Dracul, dizendo que o libertariam em troca dos seus filhos Vlad e Radu. Eles foram treinados em uma escola militar otomana e foram considerados propriedade do império Otomano; ficaram até 1448. Isto deu a Vlad Tepes a oportunidade de estudar como o Império Otomano era organizado e as relações de poder dos seus governantes. Ao final de sua educação, ele aprendeu a língua turca.
Em 1448, Vlad Tepes foi apoiado pelos otomanos para se tornar Voievod da Valáquia, mas foi detronado apenas alguns poucos meses depois por Vladisav II. Entre 1448 e 1456, ele esteve exilado na Moldávia em 1456, que estava sendo governada por Iancu da Hunedoara, Voievod da Transilvânia.
Vlad Tepes pretendia tornar forte a figura política do Voievod (antecipando o absolutismo). Muitos anos de luta por poder tinham criado instabilidade dentro do país. Nessa época, alguns dos Boyars (senhores feudais) abusavam e torturavam os pobres. Este abuso tornou o país mais vulnerável a invasões. Vlad Tepes entendeu a principal causa da instabilidade.


O SER CRUEL E SUAS HISTÓRIAS DIABÓLICAS!

Um nobre dos mais astutos, Vlad Tepes tinha tudo para se tornar rei, e simplesmente tomou o poder com um pequeno grupo de mercenários. Algumas histórias, das quais não se sabe quais são verídicas, permeam seu período em poder.

O Sultão do Império Otomano mandou um mensageiro para Vlad Tepes. Por causa de seu costume muçulmano, ele se recusou a retirar o turbante diante do Voievod de acordo com a tradição, então Vlad Tepes o impalou.

Dois monges católicos vinheram da Hungria para se encontrar com o Voievod Vlad Tepes. Eles foram perguntados sobre questões políticas acerca do reino da Valáquia. O primeiro monge condenou Drácula, e foi impalado - ele não conseguiu provar que o que dizia era verdade. O segundo aprovou Drácula dizendo "Deus enviou Drácula para tomar conta daquela região do país e poderia fazer tudo o que achasse certo". Vlad Tepes o Drácula impalava qualquer um que discordasse dele.

A história o condenou por impalar mais de 500 membros da nobreza ou qualquer outra categoria da sociedade que discordava dele. E o poeta Michael Beheim escreveu que ele tentava eliminar da sociedade pessoas pobres. Ele anunciava a todos, os cegos, aleijados, velhos, pobres, etc. um convite para uma festa em uma casa especial. Todos entravam e bebiam à vontade. Em seguida, Vlad Tepes perguntava a todos se eles queriam deixar de ser um peso para seus parentes e terminar o seu sofrimento. Todos concordavam, e Drácula tocava fogo na casa com todos dentro.

Vlad Tepes entendia que era muito importante para a Valáquia proteger seu comércio e economia, então ele fez algumas leis especiais para proteger seu país contra os importadores Saxões e os Alemães. Para ele não interessava este comércio, que arruinava a produção local (já que os produtos alemães eram superiores e mais baratos). Conta-se de uma lenda alemã onde Drácula estaria sentado em uma mesa repleta de comida e bebida - na sua frente, centenas de importadores Saxões eram impalados. Muitas histórias descreviam os corpos impalados como florestas.

Um mensageiro trazia uma vez uma mensagem para Vlad Tepes, encontrando este caminhando entre corpos impalados mortos. Quando perguntado por que ele gostava de andar entre mortos, ele dizia que gostava do cheiro. Ele perguntou se o mensageiro também gostava do cheiro. Quando ele negou, Drácula o pegou e o impalou mais alto do que todos os outros, para que não sentisse o cheiro.

Muitos registros descrevem pessoas cozidas e com a pele removida. Uma mulher foi impalada porque não tinha feito a camisa de seu marido corretamente.

Vlad o Impalador Dracula entrou em um conflito com o povo que vivia em Targoviste, antiga capital da Valáquia. O velho manuscrito conta que o povo da cidade tinha matado seu irmão mais velho, Mircea. Drácula esperou pelas celebrações de Páscoa e tomou a cidade inteira com seu exército. A celebração foi interrompida e todos os velhos foram impalados no local. Ele pegou os homens jovens, mulheres e crianças, ainda em seus vestes de celebração e os fizeram construir uma fortaleza na cidade de Poienari. Após estes eventos, Vlad Tepes moveu seu palácio para Bucareste e a fez a capital da Valáquia. Ele foi o fundador da capital da Romênia. Bucareste foi nomeada assim por causa de um pastor chamado "Bucur" que em romeno significa "Alegria".

Um dos elementos principais do plano político de Drácula era a luta contra o crime, roubo, mentiras, estupro, assassinato, etc. As punições por estes crimes eram impalamentos, cozimentos ou fervuras. Os crimes desapareceram da sociedade durante o seu reinado. Existe uma lenda que ele colocou um copo de ouro em uma fonte pública para que qualquer um pudesse beber água. Todos que usavam o copo retornavam ele para o mesmo local na fonte.

LUTAS CONTRA O IMPÉRIO OTOMANO

Em 1459 Vlad Tepes se recusou a pagar os impostos exigidos pelo Império Otomano, e rompeu relações com eles. Ele começou a se preparar para a guerra com o Sultão. Após tentar negóciar uma aliança com o Rei Da Hungria Mathias Corvinus, que falhou, e ele derrotou o exército otomano perto do Danúbio.

Se preparando para um novo ataque, ele tentou novamente uma aliança com o Rei da Hungria, fracassando. Sem ajuda, foi atacado por um exército com treinamento adequado de mais de 200.000 homens. Ele recuou até as montanhas onde seu exército conduziu luta de guerrilha, queimando tudo à frente dos otomanos. Toda a noite, eles invadiam os campos otomanos e impalavam vários prisioneiros. Em 17 de Junho 1462, Vlad Tepes colocou roupas turcas no seu exército e invadiu o acampamento, com apenas 7000 cavaleiros, todos em roupas turcas. Os turcos acabaram matando uns aos outros por causa da escuridão. Na manhã, o resto do exército fugiu de volta para casa.

Ele finalmente foi traído pelo seu irmão Radu O Belo e pelo Rei da Hungria, e foi preso até morrer.

Será que ele foi bom, ou mau? Não sabemos, mas em tempos difíceis, ele foi um líder para seu povo, em sua busca pela justiça e contra invasores.



Assim termina o folheto, e eu em Brasov passei o dia em que cheguei trilhando... até o alto de 960 metros, de onde só se desce!
(O povo na Romênia trilha como brasileiros vão para a praia. É algo tão útil quanto!)

AUEI!

quarta-feira, outubro 27, 2004

E vocês cortarão esta árvore com um.... ARENQUE!

NI!

E assim partem: um inglês com PhD em filosofia professor de primário, um francês que não fuma, e um brasileiro com um chapéu peruano.
A jornada: Achar um arbusto em uma floresta de carvalhos de 800 anos de idade da transilvânia!

Os três bravos "k-nig-its" (assim pronunciam os franceses) seguem sem medo pela névoa, com seus cocos fazendo o som dos cavalos invisíveis! (talvez o do brasileiro seja uma lhama).
Mas onde eles arrumaram cocos na Romênia?
Talvez um morcego tenha trazido nas costas!
Mas morcegos não migram! E nem conseguiriam trazer cocos nas costas... bem, talvez se fossem dois, e com uma corda amarrada nas costas...!
É... quem sabe...!

E seguiram os bravos cavaleiros em busca do arbusto!
Ni! Ni! Ni! Ni! Ni! Ni!

A distância, escutávamos o som da terrível criatura, da qual nenhum homem escapava vivo!
(Um pardal!)

Mais antes de o encontrar, tinhamos que responder às três perguntas do dono da ponte. Ao erro, caíriamos no precipício sem fundo.
caba da ponte: "Qual o seu nome"?
"brasileiro do chapéu peruano"
"qual a sua jornada"?
"encontrar o cálice perd... não, encontrar um arbusto!"
"qual a sua cor preferida"?
"rosa... não, azul! aaaaaaaaaarrrrrrrggggggggggggggggggggggghhhhhhhhhh!!!!!"

segundo cavaleiro:

"qual o seu nome"?
"Dr Martin Hall, PhD!"
"qual a sua jornada?"
"encontrar um arbusto"
"qual... a velocidade de um morcego da transilvânia"?
"real ou um vampiro transformado?"
"eu não sei...! aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaarggghhhhhhhhhhhh!!!!"

E continuaram a andar até encontrar a floresta dos carvalhos de 800 anos (o qual não tinha nenhum arbusto!) e nos perdemos, e tentamos atravessar terreno alheio romeno, e chegamos em casa quebrados, mas não para tormarmos pelo menos uma cerveja e rirmos um bocado!

NI!

segunda-feira, outubro 25, 2004

Era uma vez, na Transilvânia...

E o dia raia sob uma névoa espessa com a passagem do intercity D347 das 23:00 (que me custou 12.000 forintes, ai) pela rota dos cárpatos, em direção à pequena cidade de Sighisoara. O sol escalava, mas era possível observar o seu definido disco no céu, e olhá-lo diretamente, apesar de alguns momentos alguma nuvem menos densa estar a sua frente e ele brilhar um pouco mais. Não era possível ver além de 10 metros de distância, e assim a transilvânia surgia em um clichê e tanto.
Mas o efeito era belíssimo. Em pleno outono, estava eu observando aquelas cenas clássicas de filmes de terror, seriam como que sinistras, apavorantes, onde a qualquer instante apareceria algum ser das trevas pronto para pular em seu pescoço!

THRILLEEEERRRRRRR THRILER NIIIGHTTTT

Mas a energia que o local passava era completamente outra.

O doce olhar do povo romeno e a língua que mesclava o sotaque italiano com o português por si já entregava o sentimento de segurança e hospitalidade. Ao ser inquisitado pelo passaporte, entreguei e o guarda da imigração olhou duas vezes, "brasilia", sendo a segunda após o susto, e com muito mais detalhe. Mas eu estava todo certo na história e meu visto fez efeito. Eu tinha acabado de sair da comunidade européia, mas a recepção foi calorosa e justa.
Sem dúvida, ali residia a fonte da "calma" que me foi transmitida pela região do leste europeu. Eu me sentia de férias finalmente, e no meio de pessoas que poderia até chamar de "primos", pela proximidade de espírito.

Sentimentos horripilantes por estar na Transilvânia?
Que nada! Aquelas brumas eram de Avalon ou algo mítico semelhante! Era quase visível no clima do lugar.

O trem continuava a percorrer os últimos trechos até Sighisoara, e ao amanhecer a névoa se dissipava "abrindo as cortinas para um dos países mais fantásticos que eu já visitei" (eita frase melosa!).

Me receberam na estação e me levaram para o "Nathan's Villa", albergue o qual eu tinha reservado. Um cara que associava Brasil a "tchutchuca". Putzgrila! Como isso chegou na Romênia!? Sangue de Cristo tem poder.

Parece uma maravilha, lavar roupa lá era de graça, então toma um saco tia, o filho é teu! E eu saí para conhecer a cidade. É um local protegido pela UNESCO, e mais bela preservada citadela medieval do mundo (assim eles dizem). E eu vi... a casa onde Drácula nasceu! Virou um restaurante. A pessoa paga pouco e vai para alguns museuzinhos que são pequenos, mas significativos. A torre do relógio (clock tower) é na verdade um museu de ciência medieval, e também moderna, quando faz menção a um romeno que supostamente teria inventado o foguete espacial junto com Von Braun (considerando nosso caso com Santos Dumont, pode ser bem verdade). Legal também é o museu de torturas, e de armas medievais, com cada pexeira poderosa. Ir para a Transilvânia é na verdade um retorno ao tempo medieval. Não se encontra no mundo local mais preservado sobre esta época da história na Europa. As florestas são muito bem conservadas também, em função talvez da pouca industrialização durante o governo socialista, que focalizava principalmente na exportação de alimentos para a URSS.

Ao voltar conheci um casal jovem de viajantes franco-canadenses, do Québec. A garota era Eve, e o menino eram, bem, PHILLIP.
Eu sou o bem aventurado! Recebo piadinhas prontas durante minha viagem!
Aí fomos para o porão do albergue, que tinha uma mesa de sinuca massa e ficamos escutando música, eu, Phillip, Eve, e dois dos atendentes do albergue. Um deles deu aula de como jogar gamão a Phillip, e eu tava achando aquilo meio pra baixo, quando bateu o sono e eu subi para dormir. Inventei de tomar um copo d'água na cozinha, e quem eu encontro? Dois caras comendo uma pizza véia, era o inglês e o francês.

- Mas como um francês e um inglês são amigos desse jeito?
- Somos da paz agora! Nada de guerra dos 100 anos nem piadinhas infames! Só sobra agora rixa de futebol.
Disse o inglês, abraçando o colega da França.

Os caras realmente eram muita onda. Fiquei conversando com eles até tarde, e depois descemos para jogar sinuca e tomar uma! A noite adentrou, tocamos violão, conversamos sobre Monty Python, e só de 3:30 é que eu fui dormir!

É bons tempos em Sighisoara, terra natal do "conde" Drácula, onde eu me senti de férias!

Add-ons, Suplementos e Pacote de Expansão Magyar

Considerando que faltaram alguns detalhes para eu contar!
Antes de chegar na própria Romênia.

1. Vocês todos que leram BUDAPESTE devem estar se perguntando se eu provei os bolinhos de abóbora. Pois é, quis o destino que eu perguntasse sobre os tais bolinhos, poucas horas antes de viajar para Romanía, para o concierge do hostel (albergue). Pois o rapaz, de origem, meio e destino sexual meio duvidoso murmura no meio de um húngaro afetado (o "lingujar afetado" é sem dúvida uma língua universal) e no meio de risos que o nome em húngaro é TÖK, e que não é exatamente uma comida típica... Ele acrescentou que não deveria pedir por isso em outro local a não ser uma padaria, pois para o deleite dele, TÖK também é uma gíria para o órgão sexual masculino.
Agora, essa informação nos faz pensar o que Chico Buarque quis passar especialmente escolhendo os "bolinhos de abóbora genitais" como comida de seu personagem. Será que Kriska supostamente estaria se insinuando, preparando esses bolinhos para ele, e quais são as alegorias dela jogar tudo fora quando ele não conseguia falar o nome dos bolinhos em húngaro? Provavelmente alguma coisa doentia e pervertida se passou na mente tanto do escritor quanto do personagem (por coincidência, ambos cariocas).

2. Nada de cigarros "Fecske", não vi destes para vender. Talvez tivesse procurado mais, ou talvez seja algo da era comunista, quem sabe...

3. O MAGYAR HIRLAP por outro lado está forte e sendo rodado todo dia.

4. As ruas mais chiques são repletas de prostitutas, durante a noite, e que se mesclam tão bem com o ambiente de famílias e casais passeando, que não são notadas.
Relíquias da era comunista, provavelmente se tornarão extintas em um futuro não remoto.
Agente Smith: Like the dinosaur!

5. Kristina é um nome bem comum! Como também são Marias, Robertas, Anas, e todos esses nomes da nossa terra. Só não rola tentar ler os sobrenomes, sai dessa meu.

sexta-feira, outubro 22, 2004

Budapestis Circumspice

A cidade possui avenidas largas de prédios antigos e no estilo parisiense. Só que as ruas são mais bonitas que Paris porque são mais arborizadas, e todos os prédios seguem um estilo básico, como se por alguma influência comunista. Eu e Paco, que a esse ponto já andava igual a um louco cantando salsas e tentando cantar aquarela do Brasil pelo viaduto, chegamos em um parque atrás da praça dos heróis, suntuosa por conta própria. A praça dos heróis é cheia de estátuas de heróis, mas que não conheço nem a metade, e para mim parece ser bizarro que colocassem essas esculturas ali tendo retirado todos símbolos socialistas da cidade, como se os comunistas fossem mais crueis que os outros. Na verdade, foram somente os mais recentes.
No parque atrás da praça dos heróis tinha uma loja de souvenirs, onde um engraçado húngaro falava fluentemente espanhol e tentava nos vender os mais legais souvenirs. Dos quais um era uma garrafa de vinho em vidro moldado em diversos formatos (navio, coração, etc) contendo vinho tinto, dentro de outra garrafa com vinho branco! Muito legal.
Após almoçarmos no Burguer King (oh yeah), lá fomos nós para a Catedral de St. Istevan, que me pareceu imponente por fora, e por dentro, novíssima e impressionante. Provavelmente seria como as grandes catedrais do mundo de antigamente pareciam em sua época de grande esplendor. No interior, estava um relicário com a "mão de st. Istévan". Admito que fiquei bem chocado e impressionado com a cena, afinal, não esperava encontrar uma "mão santa" assim de verdade na minha frente, muito menos sabia sua história!
Então liguei para nos encontrarmos com Anita, grande amiga que conheci na net, e que por sorte pôde nos levar para passear no alto de uma colina que é conhecida como "fisheman's bastion" e era o centro administrativo de Budapeste na época do império austro-húngaro, formado após a derrota do império Otomano e a tomada da Hungria pela Áustria. Era uma dupla-monarquia da princesa Elizabeth da Hungria e Francis Joseph da Áustria, e tenho que admitir que a princesa ficava bem protegida no castelo, descendo apenas para pegar seu barco no Danúbio e ir visitar Vienna.
Mas eu e Paco perturbávamos toda hora, e a coitada da Anita, deve ter morrido de vergonha! (ela diz que não, tudo bem! Admito que fomos bem divertidos!) Cantando Guantanamera e fazendo careta para o sisudo povo Húngaro.
É interessante salientar que não pagávamos passagem nos transportes públicos. Mesmo esquema do resto da europa, vide antigos posts... Paco e suas idéias "Com o papai, é tudo de graça!". Anita não achou muita graça e nos fez pagar a passagem de metro e ônibus, no entanto Paco viu que nossa outra amiga mexicana que estava em Budapeste foi pega no golpe e teve que pagar 20 euros. Paco logo me deu uns bilhetes de metro, e ficou todo certinho!
No dia seguinte fomos para o parque Margit. É na verdade uma ilha, no meio do Danúbio, onde existia um convento, e uma nobre húngara chamada Margarete foi servir. Foi transformada em santa depois de sua morte, e a ilha recebeu seu nome. Ele possui esculturas geniais, e uma fonte que jorra água ao som de música clássica. Tem um gramadão e um bosque, flores, e as ruínas do velho convento. Ao voltar pela ponte, olhei pelo Danúbio e tive uma visão:
Estava de volta ao Rio São Francisco!



Na margem do rio Danúbio, nasceu a beleza.
E o comércio ele conservou.

São Estevão abençoou com sua mão divina.
Pra não morrer de saudade, vou pra Peste da Hungria

Do outro lado do rio tem uma cidade.
de um povo hospitaleiro, da igreja dos paulinos.

Atravessava a ponte ai que alegria .
Chegava lá em Buda, a velha Buda da Hungria.

Hoje eu me lembro que nos tempos de criança.
Esquisito era essa língua que nem o diabo lhe convém.
Mas achava lindo o parque Margit logo à tarde.
E a fonte que dançava ao som de Mozart e Chopin.
Chego em Buda , Vou pra Peste, junto as duas, Buda-Peste.
Todas duas eu acho uma coisa linda.

o rio corta e eu junto, Budapeste da Hungria


Essa cidade deu pena de deixar pra trás! O leste europeu aparecia, e eu começava a descobrir que ele realmente é muito mais divertido e interessante que o oeste. Tomamos uma de noite, marcas de cerveja austríaca e tchecas.

Paco, loco, Caballo Viejo, um abração, valeu por tudo papai, e venha curtir o carnaval que tá tudo pronto te esperando, vai ser só a festa!

Mila, venha mesmo em fevereiro, esqueça essa onda de comprar um carro! Sua cidade já tem um transporte público muito decente! Obrigado pelo tour grátis da cidade!

Clayton, um abraço pra vc e pra sua família, espero que vocês tenham se divertido na Cracóvia. Vamos manter contato!


Visitei o parlamento com Paco, e verifiquei o último aspecto da sofrida vida política húngara, com o comunismo imposto na década de 50, e lá pode-se ver uma bandeira com um furo no meio, símbolo da libertação comunista na década de 80, onde teria sido recortado o escudo de Moscou.
Depois que Paco foi embora, no mesmo dia que eu mas mais cedo, fui para os banhos, com Clayton e seus pais. Era um hotel que tinha sido transformado em um banho termal, supostamente medicinal também, é meio carinho mas vale a pena. Visitei depois uma igreja esculpida na rocha, e fiz um vídeo muito interessante filmando a minha entrada e ouvindo cantos gregorianos. A igreja teria sido construída pela seita dos monges Paulinos, que eram monges-ermitões, se baseavam no fim da vida de São Paulo, que de acordo com a lenda, viveu seus últimos dias no alto de uma montanha sendo alimentado somente por um corvo, que todo dia o trazia um pedaço de pão. Eles construíram essa igreja em tempos não muito remotos, mas ocuparam a colina há muito tempo, nos primórdios do cristianismo, e este local era chave na região pois era onde o Danúbio ficava mais estreito e era ponto de passagem de "ferry-boats" (hoje o estreito tem uma ponte de ferro magnifica). Sudi no alto da colina, também chamada de "citadella" (me lembro Mila falando, parecia italiano), e lá em cima tinha uma lojinha com relíquias da era comunista! Todos os chapéus de comandantes de forças russas, capacetes de segunda guerra e até um capacete de piloto de MIG! moedas e cartazes da época e tal. Mas eu liso não podia fazer nada né? :) A vista lá de cima é fenomenal e eu recomendo para todos que visitem a cidade. E finalmente comprei lá meu GORRO PERUANO que se provou extremamente útil na Romênia, foi uma excelente compra, sem dúvida! E NÃO! não precisei comprá-lo no Peru, seus vermes!
Saindo de lá, fui para o parque de esculturas comunistas, nos arredores da cidade, eu sozinho por lá tirei as fotos das esculturas. É, foi bonzinho, mas o lugar foi super-propagandizado.
E antes de pegar o trem pra Sighisoara, Romênia, conheci dois casais romenos, que tentavam se comunicar comigo em Romeno, e eu em português, foi engraçado, e a língua é muito legal. O trem tava lotado, mas mesmo assim peguei no sono fácil.

Go East! Where the Skies Are Blue!

Infelizmente e felizmente estou escrevendo em Português, porque nenhum dos meus amigos que eu fiz na viagem podem acompanhar minhas doidices!

Meio atordoado fiz a viagem entre Vienna e Budapeste, na maior tranquilidade em um compartimento só para mim no trem. Olhando pela janela eu via uma vegetação com árvores de pequeno porte, uma paisagem simpática. A primeira coisa que eu senti ao cruzar a antiga cortina de ferro (que agora só tem as armações da cortina, e alguns cabides pendurados aqui e ali!) foi o fim daqueles sentimentos de diferenciação de cada país/cidade. De repente eu não sentia mais algo como aquela dualidade sangue/arte de Paris, a calmaria hospitaleira de Genebra ou a bagunça camarada da Itália. Agora era diversão e paz, eu não tinha mais medo de me perder ou confundir nada. Existe mais coisas entre Vienna e Budapeste do que julga nossa vã imaginação e sabedoria (óbvio, além do Danúbio!).
E ao parar o trem já dizia tudo!
"Olá, você já tem hospedagem? Sim? Pois temos um serviço gratuito que o levará até seu albergue"
Tá brincando rapaz? É limosine! (dava até para imaginar, mas era uma besta mesmo).
Do lado do quiosque de informações, estava sentado outro turista, meio "amurrinhado", triste num canto, mas eu conversei com ele, e iríamos para o mesmo hostel, o "mellow mood". Durante o trajeto do microonibus, conheci o doido, ele tava meio pra baixo porque tinha perdido o celular em Munique. Paco, mais tarde conhecido com Paco, El Loco, se mostrou super legal, e saímos para passear pela majestosa cidade de Budapeste!
É claro que quem leu o livro de Chico Buarque está agora ansiosamente aguardando algum comentário entre e sobre o livro e o lugar. Eu especialmente calculei para terminar o livro na véspera da minha chegada em Budapeste, então estava afiado com o livro na cabeça ao chegar. O primeiro pensamento que passou pela minha cabeça quando vi Budapeste foi: "É claro! José Costa é um carioca e trocou o Rio por outra cidade!". Quem conhece os cariocas sabe que eles acham o Rio a cidade mais linda do mundo, consequentemente um destino de imigração é páreo duro. Só Budapeste para acolher um carioca.
A arquitetura turca/19C/art nouveau comunista/equilibrada é simplesmente fenomenal, aliada a um urbanismo fortemente antropocêntrico, voltado às pessoas, largas avenidas, esculturas de muito bom gosto e parques e mais parques. Com o Danúbio imponente atravessando. Tem Burger King por toda parte!!!!
O pior é que eu não conheço muito da história do local, então ao ver todas aquelas figuras esculpidas na forma de pessoas reais, não faço idéia de onde vinheram. Conheço alguns detalhes gerais apenas. Parece que estou em outro planeta por causa disso.

quarta-feira, outubro 13, 2004

It's the Hard-Knock life for us!

O dia apenas raiava enquanto eu chegava em Vienna, vindo de Veneza, e o frio ao descer da estacao me fez abrir a cruz pra tirar um casaco. Meio tonto de sono, descobri, para minha felicidade temporaria que o meu objetivo principal na cidade, visitar o museu com as obras de Gustav Klimt estava colado com a estacao! Fui rapidinho para lah, e logo descobri meu grande azar: Era segunda, e o unico dia que o museu estava fechado!!!
P da vida, resolvi aproveitar a oportunidade para visitar Salzburgo, cidade que estava planejando passar um dia anteriormente. Apesar de nao passar muito tempo lah, a cidade de Vienna se mostrou bem pratica, e uma boa base para explorar o territorio em volta. Certamente fiquei mais relaxado e mais tranquilo por me livrar da bagunca italiana!
Cidade pequena e distante (3 horas de trem rapido) de Vienna, Salzburgo parece algo construido por anoes austriacos, e ateh os banheiros publicos parecem os de shopping. Para quem nao sabe, Salzburgo eh a cidade natal de Mozart e lah foi filmado "A Novica Rebelde" entao tudo gira em torno disso. Bah, sai de lah logo logo...
Pois eh, mas minha reserva em Budapest City era de para o dia seguinte, e eu lah na estacao de Vienna de noite. Pirangueiro, afinal Vienna eh cara, resolvi realizar outro sonho meu, que tinha sempre combinado fazer com Diogo, el Black e nunca tinha realizado: O dia de mendigo.
Ao adentrar a noite, comprei um lanche e comecei a observar o cenario da estacao mudar radicalmente: O lugar se tornava sujo e estranho. seres bizarros surgiam de toda parte, e arrumei um lugar para me acolher, a sala de espera, que jah tinha alguns malucos por la. Ao tirar breves cochilos, entravam bebados fazendo barulho e alguns mochileiros pobres, uma familia inteira de eu acredito que turcos, e por fora, um frio medonho e algumas pessoas paradas em grupo, que de vez em quando entravam na sala de espera. Ao acordar da outra vez, vi a sala repleta de gente sem teto, e o meu lugarzinho se pareceu ateh legal para falar a verdade. Uns bebados gritavam para lah e para ca, e eu varias vezes pensei em dar fora dali, mas fiquei, resistente, tirando breves cochilos na minha bolsa.

ALL]
It's the hard-knock life!
Got no folks to speak of, so,
It's the hard-knock row we how!

[ANNIE]
Cotton blankets,

[ORPHANS]
'Steada of wool!

[ANNIE]
Empty Bellies

[ORPHANS]
'Steada of full!

[ALL]
It's the hard-knock life!



Ao amanhecer, peguei a minha cruz e ao olhar para traz no primeiro trem para Budapeste, pensei por um segundo que nao tinha feito nada em Vienna. Mas, apesar de nao ver as obras e Gustav Klimt, olhei para um mendigo estranho e vi a cara do maluco Klimt nele, e pensei, eh, vi mais do que precisava! Vi o proprio!

E assim atravessei a curtina de ferro e adentrei no Leste Europeu.

TROUGH THE BLACK GATE OF MORDOR

segunda-feira, outubro 11, 2004

When in Venice

Ao ir para a estacao de trem para me encontrar com as meninas e ir pra Veneza, e tendo marcado na McDonalds, Resolvi comer um hamburguer e um milkshake lah, sabe, como forma de agradecimento, por ter salvo a minha vida enquanto nao tinha ninguem para me traduzir para e do italiano. Ainda que eu falasse a lingua de Dante, sem um local para beber agua e fazer xixi eu nada seria. Fora que esse sistema que vivemos eh totalmente politicamente incorretissimo, eles trabalham certo pelas leis para as quais nao pensamos outras melhores, entao, xingar o palhaco Ronaldinho McDonald nao tah com nada. E com esse sentimento anti-antiamericano entrei no busao e me sentei do lado de dois americanos, como tinha que ser, para uma agradavel conversa onde deixei-os um pouco mais felizes ao dizer que existem pessoas boas nos EUA. Eles dois e mais Dave Matthews, talvez. Kyle, Stan e Kenny nao contam, e Cartman eh um maneh!
Agora, atravessando a ponte, cheguei na ilha de Itamaraca, ops, Veneza, cheia de coqueiros, ops, canais. Onde golfinhos, ops, gondoleiros, levam as pessoas para lah e para cah a precos exorbitantes. Cara, o local eh muito legal. Barcos a motor e a remo, grandes igrejas e catedrais, becos escuros e mascaras de carnaval! E Veneza eh um peixe.
Fiquei, eh claro, ligado para avaliar o clima da cidade e sacar realmente se a turma que construiu Veneza tinha realmente se inspirado em Recife neh, eles nao chamam Veneza de "A Recife Italiana" (podem me xingar, eu sou bairrista! vcs verao muitas piadinhas do tipo ainda.)?
Naaaa verdaaadeee... Gente, mascaras, becos, predios antigos colados... Cara, isso eh OLINDA! Eu so escutava frevo nos meus ouvidos! Era o que faltava, Veneza eh uma Olinda plana. Os detalhes nas janelas sao diferentes dos de Florenca, gracas a influencia bizantina, entao muitos parecem arabes. As gondolas sao tambem claramente baseadas em barcos asiaticos. Re-referenciando a Olinda, os canais, podemos os chamar de becos do mijo, correndo entre as casas nos cantos mais estreitos... (neehh, brincadeira, Veneza nao fede como todos dizem... pelo menos nao fede mais do que eu!).

Na praca de Sao Marcos Cheguei, e todo mundo chegou,
americano, japones, coreano, pagando em Euro...

Me segura senao eu caio!


Veneza foi uma cidade chave para a historia da humanidade da forma que vemos hoje. Em sua posicao estrategica e desejo mercantil, conquistou um territorio ateh meados da Grecia, e se tornou uma fusao de culturas e base permanente para artistas e empresarios. Mais ou menos como Nova Iorque. Um unico evento, podemos considerar como o mais importante para a historia moderna da Italia e talvez do mundo, a viagem de Marco Polo, partiu daqui para trazer as mais loucas ideias roubadas do Oriente, como sorvete, macarrao, e quicah a PIZZA. Vida longa a Veneza, a Recife Italiana. Que se parece mais como uma Olinda plana e uma Itamaracah pequena.

O clima eh muito bom, a cidade eh muito bonita, EH CARNAVAL, VALE TUDO!


Mas, infelizmente, apesar de eu gostar mais daqui que de Florenca, os dias de esplendor se foram, e restou esse grande museu de poucas novidades, como a Italia. Parou no tempo, a coitada. Mas como a China, parece ser um gigante esperando pela proxima renascenca para despertar. Um dia, se Veneza nao se tornar uma cidade submersa onde os sabios tentarao explicar o formato das gondolas, ela poderah voltar a ser o centro da Terra. Mais ou menos como o marco zero.

De noite, jantei em um restaurante a melhor massa de todas, e tomei vinho. Nossa outra amiga, fotografa, Silvia, foi comigo e Adriana Gates. Foi muito legal!

Silvia, um beijao! Obrigado pelo tempo legal na Italia! Vc eh gente fina! Vah conhecer outro pais! Deixa de vergonha muleh! E compra aquela camera digital que eh muito boa!

Gates, um beijao para oce minha querida, foi muita greia! Espero que passe um tempo legal estudando em Florenca, e volta logo para gente tomar uma no Armazem 250 e falar do pos-viagem, como fizemos no pre-viagem.

Ovelhinha, voce foi otima, grande companheira de museus e passeios e viagens em geral, Valeu por me ajudar com o italiano! E nao se esqueca de obrigar essas molecas ai a sempre falar italiano para treinarem. E quando acabar os estudos, vah para a Franca, eu acho que vais ter mais coisa produtiva em termos profissionais por lah viu??? (sempre dou os conselhos mais chatos!)

E ao me despedir de Geise, apos nos perdermos de Adriana e a grande amiga Silvia, andei a esmo pela cidade enquanto ela escurecia e fui comprar um pedaco de pizza marguerita e um focaccio, enquanto eu ia em direcao a estacao de trem as lojas se fecham e as luzes se apagavam, como se o museu fechasse e se despedisse de mim, e a musica de carnaval ficava mais distante, ao pegar o trem noturno para Vienna, adeus a planicie do Rio Poh...

Po ro po pooohh.... pororo pororooo... pororo pororohh.... pororoh pororohh....

Largo il factotum de la cita, Braaavoooo....!

E alas eu acordo!

Engracado como o sonho te transporta de volta as suas origens quando se esta viajando. Eh incrivel acordar em um lugar completamente estranho e descobrir que se esta a milhares de quilometros de casa, hein...
Dah um certo frio na espinha.

Mas a primeira coisa que fiz ao acordar na Italia...
Me barbeei!

Braaaaavooo Bravo Figaro bravo bravissimo bravooooo....
presto bodega que l'alba e gia!

A grande aventura da manha foi obviamente encontrar a ovelha Geise Adriana Gates nessa cidade. Por acaso, notei que nao tinha anotado o telefone do "centro para estrangeiros aprenderem essa lingua que soh se fala em um pais Dante Alighieri" no ultimo e-mail de Geise, entao la vou eu atras de um internet cafe de manha. Ai tah a bronca menino!
Nao eh que nao tenha um internet cafe. Eu descobri mais tarde que todas as casas em Florenca tem dois numeros. Eh que Antigamente as casas eram numeradas de acordo com a ordem de construcao. Depois disso, comecaram a ser numeradas de acordo com o que normalmente fazemos, sequencia fisica na rua. No entanto, as pessoas costumam usar a numeracao antiga tambem as vezes. DOH! Foi meio chatinho achar o internet cafe, mas ok. Descobri tb que Geise nao tinha enviado o tel! Tive que ir andando me encontrar com ela na scuola, que ficava em uma ruazinha num bequinho muitcho entocado, mas agora eu era o rei da localizacao. A perdida me fez um bem, tah vendo?
Ok, entao a cidade tem esses becos muito legais, e eu chego no Domo com as meninas, e que local massa. E facil se aproximar do predio e ficar horas procurando minusculos detalhes que foram esculpidos, e que nao se ve a distancia. A gente comeu autentica comida italiana, mas como dizem, realmentente a pizza nao eh lah essas coisas. Mas o engracado foi entrar no restaurante e olhar a cara das figuras que apareciam. Surgiu esse cara vestido igual a um mafioso com a barba mal feita e se esticou na mesa com a pose de quem iria se levantar e a qualquer momento sacar uma beretta e matar todos nos. Eu realmente me diverti cantando operas pelo meio da rua e matando as meninas de vergonha.
A cidade no entanto estava na maior reforma, todos os monumentos tinham armacoes de ferro para restauracao, e isso me decepcionou um pouco. O pior no entanto foram os turistas, aos milhares, mesmo em baixa estacao. o clima eh medieval total, a cidade mantem uma aparencia de 500 anos atras, e onde estavam os mercadores de antigamente, os mascates, ficam hoje numerosos camelos, vendendo todo tipo de bagulho para turistas, inclusive o GORRO PERUANO! Tinha que ter ne? Mas 8 Euros eu nao dei naum. Vamos esperar ate o leste europeu.
Sabe o que eh mais interessante, todas as obras de arte estao associadas ao cristianismo. Po cara, a cidade entao fica sendo uma enorme citadela-igreja, ainda mais do velho testamento, que esta intimamente ligado ao Torah judaico. Interessante associar o judaismo por tras do renascimento, e a guerra dos Medici com os Pitti (outra familia rica da regiao). Conta a ovelha, que os Pitti queriam construir um palacio suntuoso, para fazer inveja aos Medici. No entanto, no meio da construcao, faltou dinheiro! Mais ou menos como a expansao do metro de Recife. Entao, soh para serem ruins, os Medici chegaram na obra e terminaram o palacio, nomeando-o de PALACIO PITTI, como se dissessem tipo, "O nome eh Pitti, mas quem fez essa porra foi eu!".
Pois eh, os caras botam pra lascar desde antigamente.
Mas voltando ao cristianismo, quis saber em um momento se Michaelangelo realmente foi um artista livre, ou nao. O cara soh fazia obras associadas a Biblia. Portanto, ele realmente esculpia/pintava o que queria, ou soh fazia o que pagavam para ele fazer? Serah que ele era tao religioso assim mesmo, ou apenas gostava do dindin?
Sentar e olhar o Duomo, tentando adivinhar as inumeras relacoes matematicas entre as colunas e os modelos matematicos dos detalhes. Uteis antes de Newton, e principalmente antes da viagem de Marco Polo.
Comi Ravioli, Panini e uma torrada com presunto cru.

Florenca, o grande museu de poucas novidades.

O tempo nao para, e custa caro, principalmente em euros, e principalmente quando se recebe turistas japoneses e americanos, avidos consumistas de trocos e babilaques.

E o sorvete eh bom pra caramba!

AUEI!

sábado, outubro 09, 2004

Italia, Paraiso Feminino (ou, Como Mordi minha Lingua como Sempre)

Viajar de dia nao dah ne, Ainda mais trocando de trem 2 vezes. Eh preciso economizar dinheiro de hospedagem. Po, vamos lah. Ao cruzar a fronteira da Italia, conheci essa linda paulista do meu lado, mais velha, e experiente, que me mostrou o que eh bom. "Na Italia voce comerah bem, rapaz!" "povo legal de verdade, soh o brasileiro" e "Viver eh bom, partidas chegadas, solidao que nada" O negocio eh viajar. De fato. Condordo com voce, Nina. Um beijao para voce. Outra coisa boa que ela me mostrou foi que Santorini eh imperdivel. Vou atras disso! Mas o dia nao foi tao feliz assim...
Chegando em Genova, deu pra bater tres fotos e descobiri que o local foi o local de nascimento dee Cristovao Colombo e rivalizou com Veneza pelo comercio do Mediterraneo. E perdeu. E tambem perdi minha paciencia ao esperar o trem, que atrasou, e me fez perder o para Veneza em pisa e uma chance de bater uma foto do lado da torre. Ah, quem quer bater uma foto ao lado de uma torre troncha? Po, o que diabos tem a Italia que faz das desgracas atracoes turisticas? Uma torre que entronchou, uma cidade alagada, um estadio derrubado. Mas eh preciso respeitar o local e saber de historia, senao esse blog acaba se parecendo com um de um americano, soh reclamacao e como deu prego na viagem. A torre de Pisa foi de onde Galileu fez seus experimentos, Veneza recebeu Marco Polo, que entre outras coisas trouxe sorvete e pizza da China, e o estadio derrubado tem capacidade para 50000 pessoas. Eu me perdi em Florenca ao chegar.
De noite, escuro, onibus no sentido errado, nao falo a lingua de um local, e sozinho. Acabei do outro lado da cidade, totalmente longe cheio de coisas nas costas de doido para ir ao banheiro. Pior, estava com sede! E nesses momentos, ficamos extremamente catolicos e religiosos, minha mente soh queria rezar e eu pensava "Po isso eh desculpa para me confortar". Pois eh, a Italia eh o pais da religiao catolica, e eu com minha fitinha do nosso senhor do Bonfim tava lah perdidao no meio da noite e soh faltava sentar no meio fio e chorar. Mas tinha um mapa e voltei para a estacao, suado, e quem me salvou? Quem foi meu santo?

Uma McDonalds.

Lindo local amarelo e vermelho onde o moco mijou e bebeu da torneira.
As coisas comecaram a melhorar quando um arranjador de acomodacao italiano telefonou para meu hostel e descobriu que ele era aberto 24 horas (o de Nice nao era! achava que todos eram assim) E disse o sentido certo do Busao. Mordi minha lingua, o povo italiano eh muito gente boa tambem. E ao chegar no Hostel...

Uma igreja, ele ficava em uma catedral (7 santi)

ALELUIA IRMAO! SANGUE DE CRISTO TEM PODER!!!!
VIVA O SENHOR DO BONFIM!

Tomei um banho e dormi. Ronquei em um quarto sozinho como um anjo.

Inte!

Monaco Ville, tan tan tan

Acordando ceeedo hein rapaz? Saindo do primeiro Hostel. Bem, Tenho historias para contar depois de muito tempo! E esse dia foi legal, peguei um mapa de monaco na estacao e fui-me embora, por um onibus que fez a mais extraordinaria das viagens, beirando a costa em um azul espetacular que rivalizava com o atlantico do Rio de Janeiro. O local tem duas cidades, enfeitadas. Mas eh a primeira vez que saio de uma cidade para outra a peh! A primeira, Monaco Ville, historica, Tinha um jardim ao redor do palacio, um dos mais bonitos, feito com sementes de plantas de todo o mundo trazidas pelo grande principe navegador Rainier I. E as esculturas faziam do local um lieu romantico ateh dizer basta. Ao descer a rua, chego no comeco do percurso de formula 1, e posso falar varias coisas interessantes. A piscina, da "curva da piscina" eh cheia de mulher fazendo top less, a chicane da saida do tunel tem um restaurante bem barato de um italiano chato, e o tunel eh o bicho! tem um auditorio e algumas lojas e uma vista muito boa. Saindo, uma homenagem a McLaren por todas as vitorias que ela conquistou. Gracas a quem? aahh, aquele piloto daquele pais cuja capital eh "buenos aires". Qual o nome dele mesmo? eh foda hein? Por todos os lados, fotos de Schumacher e Ferrari, ocasionalmente alguma coisa de Rubinho, aquele senta no volante. Continuando, fui para um local que era um dos locais de peregrinacao e um dos objetivos da minha viagem. A curva mais charmosa de toda a formula 1, a mirabot, a curva do grande hotel. Eu que sou cara de pau, ENTREi no hotel e me fazendo de besta, bati umas tres fotos do angulo de onded a corrida eh filmada! Top Less total na piscinona ali em cima. Acho que o cameraman deixa o aparelho ligado e fica so na boa ali tomando martinis e bronzeando as garotas. Ah vida boa essa de Monaco. Mas tava cansado de andar, e sai dali, chegando no Hostel conheci um cara gente boa e fomos jantar juntos ali perto, e dar uma sacada na Nice de noite. O nome dele era Chuan e ele eh da Malasia, mas prefere se chamar de chines pq eh descendente. Ae Chuan! O cara tinha acabado de chegar da Espanha, adora futebol e dancar. Mas nao conseguia entender como funciona a realeza britanica! A conversa foi quando voltamos, com Claire, a inglesa que ondeia morar em Londres. Ele nao entendia como as mulheres tb podiam herdar o poder, e como existiam inter-cruzamentos entre os paises reais de antigamente, como ficavam a situacao politica de um pais uma vez que a realeza era misturada com outro. Heheheheh interessante verificar a diferenca entre a realeza do ocidente e oriente!

Claire, um beijao, espero que voce vah mais para o brasil, e de um jeito de morar na australia!!!

Chuan, um abracao, vah aprender a jogar futebol rapaz!

Ai dento, direto da ROMANIA!!!

(Mermao soh tem gata por aqui...)