Sobre a variedade de pensamentos que nascem do mundo físico e entram no fantástico através do meu olhar no leste europeu!

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Local: Recife, Manguetown, Pernambuco, Brazil

sexta-feira, outubro 22, 2004

Go East! Where the Skies Are Blue!

Infelizmente e felizmente estou escrevendo em Português, porque nenhum dos meus amigos que eu fiz na viagem podem acompanhar minhas doidices!

Meio atordoado fiz a viagem entre Vienna e Budapeste, na maior tranquilidade em um compartimento só para mim no trem. Olhando pela janela eu via uma vegetação com árvores de pequeno porte, uma paisagem simpática. A primeira coisa que eu senti ao cruzar a antiga cortina de ferro (que agora só tem as armações da cortina, e alguns cabides pendurados aqui e ali!) foi o fim daqueles sentimentos de diferenciação de cada país/cidade. De repente eu não sentia mais algo como aquela dualidade sangue/arte de Paris, a calmaria hospitaleira de Genebra ou a bagunça camarada da Itália. Agora era diversão e paz, eu não tinha mais medo de me perder ou confundir nada. Existe mais coisas entre Vienna e Budapeste do que julga nossa vã imaginação e sabedoria (óbvio, além do Danúbio!).
E ao parar o trem já dizia tudo!
"Olá, você já tem hospedagem? Sim? Pois temos um serviço gratuito que o levará até seu albergue"
Tá brincando rapaz? É limosine! (dava até para imaginar, mas era uma besta mesmo).
Do lado do quiosque de informações, estava sentado outro turista, meio "amurrinhado", triste num canto, mas eu conversei com ele, e iríamos para o mesmo hostel, o "mellow mood". Durante o trajeto do microonibus, conheci o doido, ele tava meio pra baixo porque tinha perdido o celular em Munique. Paco, mais tarde conhecido com Paco, El Loco, se mostrou super legal, e saímos para passear pela majestosa cidade de Budapeste!
É claro que quem leu o livro de Chico Buarque está agora ansiosamente aguardando algum comentário entre e sobre o livro e o lugar. Eu especialmente calculei para terminar o livro na véspera da minha chegada em Budapeste, então estava afiado com o livro na cabeça ao chegar. O primeiro pensamento que passou pela minha cabeça quando vi Budapeste foi: "É claro! José Costa é um carioca e trocou o Rio por outra cidade!". Quem conhece os cariocas sabe que eles acham o Rio a cidade mais linda do mundo, consequentemente um destino de imigração é páreo duro. Só Budapeste para acolher um carioca.
A arquitetura turca/19C/art nouveau comunista/equilibrada é simplesmente fenomenal, aliada a um urbanismo fortemente antropocêntrico, voltado às pessoas, largas avenidas, esculturas de muito bom gosto e parques e mais parques. Com o Danúbio imponente atravessando. Tem Burger King por toda parte!!!!
O pior é que eu não conheço muito da história do local, então ao ver todas aquelas figuras esculpidas na forma de pessoas reais, não faço idéia de onde vinheram. Conheço alguns detalhes gerais apenas. Parece que estou em outro planeta por causa disso.